Me chamo Juliana, sou casada há 20 anos e mãe de três presentes de Deus: João Victor, Maria Fernanda e Maria Paola. Sou mineira, e há cinco anos nossa família chegou em Cuiabá. Mas o que me trouxe até aqui vai muito além de uma mudança de endereço — é uma história de perdas, dores, silêncios… e, sobretudo, de cura e renascimento. Antes da mudança para Cuiabá, cuidei da minha sogra — que descobriu um câncer agressivo. Ela não tinha filhas, e ali entendi que Deus estava me dando a chance de oferecer a ela aquilo que eu desejei ter recebido da minha própria mãe. Aprendi a amar, a perdoar, a olhar nos olhos dela e dizer: “eu te vejo, eu te cuido”. Dez dias antes da nossa mudança, ela faleceu — na ceia de Natal. Mais uma vez, precisei guardar o luto para continuar. Em Cuiabá, eu já cheguei quebrada. Deixei meus avós para trás, e eles eram como pais para mim. Em pouco tempo, perdi meu avô — e por causa da pandemia, não pude enterrá-lo, não pude abraçar minha dor. Foi como se a vida fosse sendo arrancada de mim aos poucos. Fui me calando, me fechando, me perdendo dentro de mim mesma. A depressão chegou devagarinho, disfarçada. Nos primeiros tempos, havia altos e baixos. Mas depois… só o abismo. A dor se tornou constante. Um peso, uma angústia silenciosa. Cheguei ao ponto de achar que minha única saída seria desistir. Eu não queria mais viver. Foi nesse momento, quando eu já não via mais luz, que Deus estendeu a mão. Conheci a Cleide, da Missão Enchei-vos. Marquei uma sessão de terapia com ela, sem nem saber como cheguei até lá. Eu só sabia que era minha última tentativa. Mas Deus já tinha preparado algo maior. Fui convidada para o retiro Florirá, e foi ali que minha história mudou para sempre.